Você já percebeu o quanto os bebês aprendem por meio da imitação dos adultos? Se a mãe sorri, por exemplo, o pequeno faz o mesmo movimento. Quando o pai fala repetidamente uma palavra o filho balbucia algo parecido.
Quando crescem e são crianças maiores continuam por imitar as atitudes dos mais velhos. Impressionante a forma como uma menina trata suas bonecas, da mesma maneira que a mãe lhe cuida.
Lembro-me que a Lis tinha muitas cólicas e eu passava os dias a embalando pela casa. A Louise com menos de dois anos acabava fazendo o mesmo com seus ursinhos, inclusive imitando o som que eu fazia para acalmar o bebê.
Como não podia ser diferente os filhos nos tornam pessoas melhores. Ao observá-los nos vemos em frente a um espelho. Buscamos nos alimentar melhor, ser mais amorosos, cuidar da natureza, ser gentil com todos, falar corretamente, enfim dar o exemplo.
Nem sempre isso é tão simples assim, tampouco a única forma de educá-los. Mas vamos combinar que dar o exemplo é um dos jeitos mais coerentes de criar os filhos. Os valores que os pais transmitem também são reforçados pela escola e outros cuidadores da criança, por isso é importante buscar instituições de ensino que sigam um modelo que a família aprove e se sinta confortável.
Dizem que nascemos com metade do copo cheio. O restante é preenchido com aquilo que aprendemos. Isso significa que parte de nós é essência e o restante é moldado ao longo dos anos e vamos nos transformando. Podemos nascer, por exemplo, com uma pré disposição para música. Mas só nos tornaremos um artista se explorarmos esse talento.
As crianças aprendem e crescem com cada experiência. Isso não significa que seu filho será uma criança problema se ganhar colo demais ou que se sentirá menos amado por você não poder participar da apresentação do Dia das Mães. As crianças sobrevivem e os pais também.
Chris Finger é jornalista e mãe de Louise (4 anos) e Lis (2 anos)
Crédito da foto Vivi Tomas
Chris veste Via Roma, Louise e Lis vestem Pinoti Store. Louise faz ninar uma boneca da Chateau Blanc Caxias do Sul
Será que igualdade de gênero é coisa de criança? Como explicar aos pequenos o que é e, principalmente, qual a importância do feminismo? Na verdade, não importa a idade do seu filho, o interessante é sempre manter o diálogo aberto, longe de preconceitos e repleto de informações.
Para começar, que tal tentar definir o que é feminismo? Tecnicamente, podemos dizer que é um movimento que objetiva conquistar acesso a direitos iguais a mulheres e homens nas áreas política, social e econômica. Mas como sempre, o problema do resumo é a compactação: o movimento é muito mais amplo que esta ideia inicial, sendo formado por diversas vertentes e correntes.
Para Joanna Burigo, colunista da revista CartaCapital, fundadora do site Casa da Mãe Joanna e mestre em Gênero, Mídia e Cultura, a grande quantidade e diversidade das mulheres, enquanto 52% da população, leva a mencionar o termo “feminismos”, no plural, pois existe mais do que uma perspectiva a respeito do que significa o movimento todo. “Mas existe uma definição muito boa: feminismo é a ideia radical de que mulheres são seres humanos”, conta.
Ela acha importante salientar que feminismo e machismo não são o contrário um do outro, como costuma ser confundido por aí. “Machismo reúne ações de descaso, desprezo e ódio às mulheres. É um conjunto de ações, uma estrutura de dominação. Costumo pensar no feminismo como antídoto para ele.” Diferenças entre homens e mulheres existem, nenhum corpo é igual: refutar a biologia nunca foi um argumento do movimento.
De acordo com Joanna, todos os feminismos propõem que algumas das diferenças percebidas são salientadas por um discurso hegemônico e binário, que insiste em manter uma separação entre homens e mulheres para permitir a manutenção de um sistema de subjugação. “Seria estupidez dizer que não existem diferenças biológicas e fisiológicas entre mulheres e homens, afinal de contas somos corpos diferentes. O que falamos é que muitas das diferenças assimiladas como naturais na sociedade são muito mais construídas socialmente do que fruto de uma fisiologia ou uma biologia específica. Muitas das coisas que se pensa como diferenças entre homens e mulheres são, na verdade, construídas socialmente para o privilégio dos homens em detrimento das mulheres”, afirma.
Um dos paradigmas que o feminismo está de olho é aquele em que existem “coisas de menino” e “coisas de menina”. Por exemplo, inclusive até mesmo dentro do movimento, pode haver um preconceito com uma mulher tradicionalmente feminina, munida de maquiagem, roupa da moda e salto alto. É amplamente conhecido aquele comentário de quem é feminista não se arruma, não se depila, não é vaidosa, pois a sociedade durante anos pintou um retrato do feminismo a partir de um ideário negativo de feminilidade. Está aí uma grande questão: o feminismo critica a feminilidade, mas não no sentido de proibir as mulheres de a acessarem, mas sim porque ao longo da história ela foi uma das ferramentas utilizadas para manter a mulherada sob controle.
“O que é tradicionalmente feminino nos foi (e segue sendo) imposto como condição para ser mulher. Queremos que esses atributos também sejam valorizados pela sociedade, e perpetuados, indiscriminadamente, por quem queira – mulher ou homem, cis ou trans, hetero ou homossexual, ou quaisquer outras identidades. Feministas se ocupam de expor machismos, desconstruir misoginias e destruir o patriarcado – e nada disso depende de estarmos com as pernas peludas, tampouco em cima de um salto bem alto”, enfatiza Joanna.
Ainda sobre essa dicotomia entre a definição de menino e de menina, a Dra. Bruna K. Von Muhlen, psicóloga especializada em família e casal, cita que a cultura, através da família e da escola, desde cedo incorpora nas crianças diferenças entre masculino e o feminino. Desta forma, o processo infantil de construção da identidade de gênero está profundamente conectado às experiências com os cuidadores responsáveis pelas crianças, os quais estão inseridos em uma determinada cultura.
Segundo a psicóloga, é no ambiente familiar que os estereótipos vão sendo demonstrados, mais por vias indiretas do que diretas: aprendemos pela observação e pelo exemplo, não é mesmo? Para Bruna, entra-se então na questão do “modelo binário masculino-feminino”, que é apresentado para as crianças e transmitido de geração em geração. A manutenção desse modelo acontece quando há silêncio sobre a possibilidade de masculinidades e feminilidades alternativas. Porém, as crianças, além de reproduzirem as ideias e as práticas dos adultos, também podem transgredir as regras impostas, superando modelos padrões de masculino e feminino, sinalizando novas possibilidades de construção das relações de gênero. “Uma infância com igualdade de gênero diminui a probabilidade de uma vida adulta com desigualdade, evitando uma repetição alienada de modelos de gênero para uma próxima geração.”
A psicóloga ainda explica que, aos poucos, vão sendo criados espaços para a desconstrução de estereótipos de gênero e sobre o que é feminino e o que é masculino. “Como os meninos que dançam ou as meninas que jogam futebol, o que favorece a equidade de gênero”, exemplifica. Por isso a importância de pais e mães contemporâneos reorganizarem-se em torno da criança estando menos presos aos papéis de gênero. “A realidade que está se configurando na contemporaneidade talvez possa servir de base para consolidar relações mais democráticas entre homens e mulheres daqui algumas gerações”, diz Bruna, com otimismo.
O blog aMANHÊsendo também conversou com a jornalista e escritora Ana Cardoso, mãe da Anita (12 anos) e Aurora (quatro anos), que respondeu nossas perguntas enquanto estava em Londres, na Inglaterra, divulgando o lançamento da versão em inglês do seu livro “A mamãe é rock”.
blog aMANHÊsendo: Fale um pouco de como pais e mães podem criar filhos que entendam a importância dessa igualdade entre homens e mulheres na sociedade.
Ana Cardoso: Para que os meninos e as meninas entendam a importância dos direitos e deveres iguais para homens e mulheres é necessário acabar com esse papo de “menina é frágil”, “menino não chora”. Há décadas, as crianças vêm sendo educadas para suprimir sua autenticidade e viver de acordo com padrões do que é ser masculino ou feminino. Como resultado, temos a violência de gênero, em suas mais diversas escalas. A violência pode ser sutil como a opinião de uma mulher ser menos considerada que a de um homem numa reunião ou extrema, chegando até a casos de violência e assédio sexual, estupros individuais e coletivos e o feminicídio.
blog aMANHÊsendo: Desde quando você e seu esposo (o comunicador da Rádio Atlântida Marcos Piangers) explicam isso para suas filhas e como fazem? Exemplifique para ajudar outras mães e pais a visualizar.
Ana Cardoso: De nada adianta falarmos se não dermos exemplo. As crianças aprendem muito por imitação. Aqui em casa não há privilégios masculinos. As tarefas são divididas, bem como as responsabilidades. Eu, como mãe, delego muita função para o pai. Muitas mulheres sentem que falharam quando fazem isso. É estranho, é como se a obrigação fosse só delas. Eu já sinto o contrário. Sinto orgulho de ter um marido que divide, que pega junto e assume o seu papel de pai.
blog aMANHÊsendo: Você sente que já é possível sentir manifestações de machismo entre as crianças?
Ana Cardoso: As crianças reproduzem o que veem em casa, seja nas telas ou na vida real. Se uma mãe fala para o seu filho de cinco anos: “as meninas não terríveis, estão sempre tramando, você não pode confiar nelas”, o que ele vai pensar sobre as meninas? Como as tratará? Se um pai não respeita a mãe, vive na rua, diz que a mulher é louca quando reclama ou briga… que exemplo de relacionamento está sendo ensinado para estas crianças?
blog aMANHÊsendo: Como as escolas podem também atuar para explicar sobre o movimento e a importância da igualdade entre meninos e meninas?
Ana Cardoso: As escolas podem começar por não determinar brinquedos para cada gênero, ou por ensinar os meninos a valorizarem as meninas pela sua garra e determinação e não por aspectos como beleza e feminilidade. Estimular a amizade e a cooperação de crianças de ambos os gêneros e, sobretudo, incentivar as meninas a acreditarem em seu potencial, em sua capacidade de serem quem elas quiserem.
Entrevistas realizadas pela jornalista Chris Finger, redação da jornalista Cíntia Hecher
Eu trabalho há anos no estilo home-office. Meu marido também atua neste formato. À tarde a minha parceira de trabalho vem aqui em casa para produzirmos juntas.
Quando eu engravidei da Louise em 2012 fui a busca de artigos e livros sobre o assunto. Minha dúvida era como conciliar minha carreira com a maternidade e tudo isso trabalhando em casa. Confesso que encontrei pouco material sobre o tema.
Não sou especialista no assunto, mas tenho a minha experiência que pode contribuir com outras mães.
Quando a Louise nasceu eu logo voltei a trabalhar. Não parei, mas diminui o ritmo. Ela foi um bebê muito bonzinho, estilo aqueles que vemos nas novelas: era só colocar no berço e ela dormia. Sempre contei com a ajuda de babá, o que me possibilitou trabalhar em casa.
Com o nascimento da Lis foi tudo diferente. Tivemos que mudar o escritório para a sacada do apartamento, já que a bebê precisava de um quarto para dormir. Ela teve muita cólica, tinha dificuldades para dormir e sempre foi apegada demais a mim.
Por conta de tudo isso parei de trabalhar pela manhã, ficando mais com as meninas. Voltei para as reuniões externas quando a Lis fez quatro meses, tendo um tempo maior para me adaptar à nova rotina.
Depois que as duas começaram a frequentar a escolinha, apenas na parte da tarde, tudo ficou mais fácil, pois assim tenho um período mais focado no trabalho. Pela manhã ainda me revezo entre ficar com elas, participar de reuniões e responder e-mails. E à noite quase sempre volto para o computador depois que dormem.
Eu não tenho problemas de trabalhar de pijamas, por exemplo. Esse é um dos prazeres de ter o escritório em casa. Também não sou nada rígida com os meus horários, outro motivo que adoro o home-office.
O mais importante é conseguir ensinar aos filhos e as pessoas da casa que aquele cantinho é o seu local de trabalho e que você não deve ser importunada por qualquer coisinha. Se precisar falar ao telefone lembre-se de fechar ou até trancar a porta e, se algo acontecer, se divirta com a situação.
Meus clientes sempre entendem quando uma das meninas invadem minhas conversas. Quanto a reuniões, procure não marcar em casa. Existem muitos cafés com Wi-Fi espaço disponível.
E o mais importante: curta muito essa benção que é trabalhar em casa. Pare alguns minutinhos e assista um desenho com os pequenos ou brinque um pouquinho. Aproveite para almoçar calmamente e quando puder tire um dia de folga pra ficar o dia todo na companhia do seu filho. Na verdade essas duas últimas dicas servem pra todas as mães!
Texto: Chris Finger é jornalista, mãe da Louise (4 anos) e Lis (2 anos)
O blog aMANHÊsendo, uma criação da jornalista e pós-graduanda em psicologia da criança e do adolescente Chris Finger, que é mãe de Louise (4 anos) e Lis (2 anos), organiza o seu primeiro evento no dia 1 de julho, das 11h às 17h, na Grand Maison Festas em Caxias do Sul. O objetivo do encontro, uma iniciativa também da relações públicas Caroline Rech, é conectar pessoas e marcas, num dia repleto de experiências, informações, expositores e delícias gastronômicas.
Inédito em Caxias do Sul, o evento será destinado também às crianças que participarão de brincadeiras e oficinas lúdicas com a Diverte Baby, Na Ponta do Lápis, Carla Barcellos Escola de Dança, Cupcake e Cia e Meu Brigadeiro. Além disso, o grupo “Teatrando Vidas”realizará o sarau “Brincadeira de criança”.
Como principal atração, o aMANHÊsendo contará com a palestra “Pais sem pressa: crianças hoje, adultos só amanhã”, com o escritor, especialista em comportamento humano e palestrante internacional, Gabriel Carneiro Costa, que é um dos percursores no Brasil do movimento slow parenting (pais sem pressa).
Após a palestra as gestantes participarão no bate-papo “Da gestação aos primeiros passos”, com a psicóloga Tati Andreola e a enfermeira obstétrica Juliana Hasstenteufel Dorigatti. Já as mães que estiverem acompanhadas dos seus filhos contarão com apresentação da escola infantil Descobricando que trará o Tio Batista para uma integração com muita animação e músicas conhecidas por todos.
Ao longo do dia será servido coquetel com prato quente, coquetel kids, mesa de doces, chá da tarde, lanche da Nutri Yupi para as crianças e delícias Sorvelândia.
Os ingressos no valor de R$ 100, o adulto e R$ 15,00 crianças até dois anos e R$ 30 para crianças de 2 a 9 anos, já podem ser encontrados na Descobrincando (Rua Ernesto Mariaj, 292). Mais informações pelo 54 3224.1534 ou no whats 54 9 9967.6489.
O evento, uma realização da Sinergia Ações em Marketing e Eventos, conta com o patrocínio da Chateau Blanc, Descobrincando e Instituto Novva. Os expositores do evento são Cabanas e Encantos, Gesta Baby, Pinoti Baby & Kids, Via Roma e Yang. Os apoiadores são Cupcakes & Cia, Mimos DaniJu, Diverte Baby, Eletrola, Grand Maison, Mamis Eventos, Meu Brigadeiro, Na Ponta do Lápis, Nutri Yupi, Sorvelândia, Escola de Dança Carla Barcellos, Vivi Tomás Fotografia e Zap Foto e Festa.
Quem tem mais que um filho está sempre tentando convencer àquelas mães que tem um filho único a lhe dar um irmãozinho. E comigo não é diferente. Volta e meia me pego invadindo a vida particular de amigas e conhecidas tentando convencê-las a engravidar pela segunda vez.
Respeito à opinião do próximo e cada família deve decidir a sua melhor escolha, mas não tem jeito, eu não me seguro. Encho-me de teorias e exagero nos bons exemplos, tudo para que o mundo seja repleto de irmãos e irmãs.
Na verdade não sei ao certo quando eu decidi que teria mais do que um filho. Como a gravidez da Lis não foi planejada e quando eu engravidei dela a Louise tinha apenas 1 ano, pulei essa fase.
Acho que sempre sonhei em ter uma família grande. Meu pai é o mais velho de 15 irmãos, a casa da vó Luizinha e do vó Ari sempre foi uma festa. Muitos tios e primos para brincar. Proporcionar as minhas filhas que ao menos uma tenha a outra é uma grande satisfação e o maior presente que eu podia dar a elas também.
Mas sobre as inúmeras formas que eu encontrei de convencer outras mães a ter mais filhos, acabo contando o quanto é prazeroso ver o amor que uma tem pela outra. Elas são tão amigas que até na imaginação compartilham dos mesmos pensamentos. Na hora de brincar, até parece que uma entra na mente da outra e vivem momentos lúdicos iguais. Sem falar na admiração que uma sentem e o sentimento de proteção. Estão sempre zelando pelo bem estar da irmã, se defendendo e até acobertando pequenas peripécias que aprontam para o meu esposo e eu.
As pessoas não deveriam ter medo de ter filhos. Eles nos trazem tantas alegrias, tornam os pais pessoas melhores e as famílias tendem a se unir mais com a chegada das crianças.
Muitas vezes sou questionada sobre a questão financeira, mas se realmente esse é o impeditivo para ter mais filhos, basta rebater a pergunta: será que tudo que proporcionamos aos filhos é essencial? Pense nas suas próprias lembranças, o quanto você viveu momentos incríveis ao lado do seu irmão, ensinamentos preciosos, que nada nesse mundo substituiria ou pagaria.
Ter um irmão e possuir lembranças compartilhadas. Quantas vezes, ao conversar com a minha mana, que é mais velha, consigo aflorar a minha mente e me lembrar de passagens preciosas da nossa infância. Ah como é bom ver as fotos antigas e saber que sempre tive a companhia dela, em momentos alegres e outros nem tanto assim. E ainda, como me deixa segura saber que a terei junto de mim quando meus pais não estiverem mais entre nós. Só ela saberá o que e como me sentirei, me complementando como o modelo de família que eu cresci e aprendi a ser.
Então se dê essa oportunidade, dê isso ao seu filho também. Não precisa de motivos, nem tão pouco de enumerar aqui mais e mais bons exemplos em ter mais filhos, eles mesmos já são um motivo mais do que suficiente. Pare de criar empecilhos, permita-se viver esse amor e proporcione aos seus filhos essa experiência mágica que é ter um irmão.
Texto Chris Finger: jornalista, mãe de Louise (4 anos) e Lis (2 anos)
Foto Vivi Tomas
Louise e Lis vestem Pinoti Baby & Kids e estão se deliciando com um cone trufado da Cris Brandão
Quando eu tinha oito anos li uma história em quadrinhos, provavelmente da Mônica e do Cebolinha, onde as crianças aproveitavam um dia lindo de sol para soltar pipa. Fiquei encantada com a ideia de me divertir assim como àqueles personagens e fui correndo para minha mãe e pedi a ela uma pipa também. Como naquela época, década de 80, não era fácil de encontrar uma pronta, decidimos confeccionar juntas. E ela me prometeu, que no primeiro domingo de sol que fizesse meu pai e eu iriamos fazer a pipa voar, já que minha mãe não tinha habilidade para isso.
Ai que delícia. Só de imaginar eu correndo ao ar livre ao lado do meu pai, controlando com ele aquele barbante, vendo a pipa subir ao alto, até chegar às nuvens, me enchia de felicidade e ansiedade também. Lembro-me da minha mãe e eu criando juntas a Pipa. Era amarela, de papel seda, com varetas na diagonal e cheirava a cola branca.
Como meu pai viajava muito a trabalho, passando até 15 dias longe de casa, tive que esperar até o final de semana para mostrar a ele a nossa obra de arte. Lembro-me vagamente da reação dele a ver a Pipa. Tenho a impressão que sorriu e prometeu que me levaria empiná-la em algum final de semana.
E lá eu fiquei esperando por dias, semanas e meses. Não sei ao certo quanto tempo foi, provavelmente mais de um ano. E nem ao certo quantas vezes eu pedi, com certeza mais de 100. Um dia eu cansei e por conta própria, sozinha, tentei empinar a pipa, em vão. Não consegui, nem um pouquinho, nem uma rasante, nadica mesmo.
Claro que tenho boas recordações ao lado do meu pai. Como uma vez que minha mãe foi fazer a prova de autoescola e ele fritou bifes deliciosos para a minha irmã e eu, ou quando me levava com ele até o “fundão” na praia. Mas confesso que foram poucos esses momentos. Quantas coisas podíamos ter feitos juntos enquanto ele era mais jovem. Hoje ele está com quase 70 anos e eu com 36 e a nossa relação é boa, mas de adultos. Cresci e sou uma outra filha e talvez ele também um outro pai.
A reflexão que eu faço com essa história é o quanto a presença do pai, padrasto, vô, tio, faz na vida de uma criança. Por mais dias soltando pipa, pegando jacaré na praia, andando de bicicleta e tomando um sorvete tamanho família ao lado deles. Os filhos precisam e os pais mais ainda.
Chris Finger: jornalista, mãe de Louise (4 anos) e Lis (2 anos)
OBS: Desenho feito por mim quando eu tinha oito anos.
A notícia do momento é o tal Jogo da Baleia Azul, que propõe 50 desafios aos adolescentes que participam e sugere o suicídio como última etapa. Através de troca de mensagens em redes sociais, um grupo de organizadores, chamados “curadores”, impõem as tarefas macabras aos jogadores. São desafios contra a si ou terceiros, já que o sexto desafio é uma tarefa secreta, baseada no perfil do jogador.
Se você tem filhos adolescentes, são muitas as reportagens orientando sobre os cuidados que os pais devem ter para se precaver de que o jovem não entre nesse tipo de jogo.
E se você tem crianças pequenas, como podemos orientá-las para não serem vítimas de um desses desafios macabros? Quando eu era pequena, minha mãe sempre me orientava de não aceitar balas de estranhos e muito menos aceitar carona ou sair na escola com desconhecidos.
Conversamos com a diretora da escola Descobrincando de Caxias do Sul, Cristiane Palandi, que é especializada em educação infantil. Ela elencou algumas dicas de como orientar os filhos pequenos desses e de outros perigos:
- Tenha uma conversa franca com o seu filho: A partir dos três anos de idade as crianças já entendem bem o que é perigoso. Essa conversa não deve ter o intuito de criar um sentimento de insegurança e nem de que algo de ruim vai acontecer, mas sim de deixá-las mais alertas e cientes de que nem todo mundo é bom. Para que você consiga prender a atenção do seu filho é necessário que essa conversa não seja breve e nem quando ele estiver fazendo outra atividade.
- Nem todos os adultos são bons: Explique também para o seu filho que nem todos os adultos podem ser considerados um porto seguro. Fale em quem ele deve confiar, por exemplo, nos pais, professores e avós. Por isso eles não podem aceitar bala de estranhos ou ir com qualquer pessoa.
- Use exemplos: Quando a criança é menor explique, por exemplo, que ela não pode aceitar bala de estranhos porque aquele doce pode fazer um dodói grande na barriga. Se o seu filho é maior já é possível ser claro, dizendo que a bala pode estar envenenada.
- Mostre-se grato quando o seu filho lhe conta algo: No dia a dia mostre ao seu filho o quanto ele pode confiar em você, contando o cotidiano na escola e o que fez com os amigos. Caso seu filho lhe conte algo diferente do normal, não o ameace e nem demostre que você ficou bravo com ele, pois assim a criança ficará com medo e começará a esconder tais fatos dos pais. É preciso que a criança sinta plena confiança em conversar com o pai e a mãe e não medo em ser punida.
- Se aproxime do seu filho: É importante que os pais mantenham diariamente uma conversa rotineira com os filhos. Procure saber como foi o dia, do que brincou e com quem, como foi a aula e o que aprendeu. Se algo diferente acontecer ele lhe contará naturalmente.
- Conto de fadas e a vida real: Os livros infantis podem ajudar os pais nessa tarefa. A história do Pinóquio, por exemplo, ensina a não sair de perto dos pais. A da Chapeuzinho que existem pessoas más como o lobo, que finge ser bonzinho mas faz coisas feias. Utilize do momento da leitura em família para explicar ao seu filho que existem pessoas ruins na vida real como acontece nos contos de fada.
Desde o ano passado realizamos entre as crianças do condomínio a tão esperada Caça ao Ninho. Fazemos algo simples, uma espécie de caça ao tesouro, que ao final elas encontram os chocolates. Aqui no prédio nós temos umas vizinhas doces demais, que moram no 6° e em datas festivas como o Natal, Páscoa e Halloween decoram o andar de forma temática. Uma graça. Inclusive deixam bombons com o nome das crianças, como se o coelhinho os tivesse deixado, com pegadinhas pelo elevador e tudo. Então parte do serviço nós mamães do Condomínio Vivere não precisamos nos preocupar.
Pelo grupo do whatsapp combinamos o melhor dia e horário para fazer a Caça ao Ninho, bem como decidimos o que vamos dar para as crianças. Compramos o mesmo presente a todas, algo muito simbólico, mas tem que ser chocolate. Então uma de nós desenvolve uma série de pistas, deixadas pelo Coelinho é claro. Começamos pela portaria, a pista segue pelo pátio, parquinho, salão de festas, volta para portaria, elevador e vupt vamos para o 6° andar onde encontramos uma bela cesta recheada de guloseimas. É uma verdadeira festa!!!
Como lá no 6° a decoração é uma graça aproveitamos para fazer fotos das crianças com seus presentes e ao lado do Coelinho. Elas adoram depois ficar revendo o momento em que encontraram o ninho. Ao chegar em casa a Louise e a Lis ainda gostam de continuar a brincadeira. Depois de comer os chocolates, pedem para eu imprimir desenhos do coelhinho para que possam colorir. Uma farra.
A mesma brincadeira pode ser feita na manhã de Páscoa. Dentro de casa, no apartamento ou até num pátio. A ideia de ter algumas pistas é emocionante. As crianças adoram e dá pouquíssimo trabalho. Vou elencar algumas dicas aqui das minhas experiências para que vocês possam aproveitar e se organizar para essa Páscoa!
- Se for fazer algo em grupo, com os amigos do prédio ou do condomínio, lembre-se de marcar um horário e local para todos se encontrarem;
- Em caso de atividades em grupo combine com os outros pais ou mães um mesmo presente para todas as crianças ou explique para o seu filho que o coelhinho da páscoa vai dar um presente diferente para cada um. Sempre bom evitar conflito nesse momento de ansiedade;
- Faça pegadas pelo caminho. Procure na internet imagens, imprima e cole. Faz bem menos sujeira do que em farinha e as crianças adoram igualmente;
- Nas crianças faça pinturinhas de coelho como focinho, bigode ou compre máscaras, orelhas;
- Desenvolva pistas criativas para as crianças adivinharem a onde está a próxima dica. A brincadeira pode acontecer dentro do apartamento ou fora. Importante ter de sete a 10 pistas, pois elas são muito espertas.
- Ao chegar à última pista, onde estará a cesta com os doces, importante que o lugar esteja decorado. A cesta tem que estar igualmente bonita e encantadora. Também tem que ter uma cenoura roída pelo coelho. Tudo isso é muito mágico e ficará para sempre na memória do seu filho.
- Aproveite e faça muitas fotos. As crianças adoram depois ficar revendo o momento em que encontraram o ninho, os chocolates, a cenoura do coelho.
- Continue a brincadeira fazendo desenhos de coelho, pintando ovos, enfim tudo o que a imaginação permitir. Se o tempo estiver bom que tal ir para o parque brincar?
Chris Finger é jornalista, mãe da Louise ( 4 anos) e da Lis (2 anos)
Lembre-se de quando você era jovem, como planejava a sua vida? A maioria pensava na vida profissional, grande parte vislumbrava um grande sucesso na carreira. Outros em viajar, conhecer o mundo. Alguns numa vida a dois, em casar, ter filhos e formar uma família. E uma grande parte em fazer tudo isso, conciliando a vida profissional, família e lazer.
Sobre o sonho de ter filhos, muitas pessoas decidem ao lado do companheiro ou companheira. Às vezes a mulher quer ter dois, mas o marido apenas um, por exemplo. Daí começa uma negociação entre o casal. Outros optam em não ter filhos, tudo certo. O que dificilmente a gente houve são pessoas relatando que querem ter uma família grande com quatro, cinco ou mais crianças.
O que a gente não sabe, é que às vezes acontecem coisas tão maravilhosas em nossas vidas, que nunca ousamos nem em sonhar. E foi isso que aconteceu na vida de Evelin Collet, Isis Periolo e Daiane Lanzzarini. Elas têm 3, 4 e 5 filhos respectivamente.
Aqui no blog elas dividem com vocês a experiência em ter uma família grande e como fazem para conciliar as várias funções da vida com a maternidade de muitos. Ao final a psicóloga Tatiana Andreola, especializada em gestantes e mamães, enumerou algumas dicas para famílias com muitos filhos.
Vou falar sobre um assunto mais do que batido e discutido por muitas mães. Um tema sem fim. Como fica a carreira da mulher com o nascimento dos filhos?
Porque muda sim!
Talvez algumas consigam manter a sua profissão sem grandes alterações. Mas a realidade é que em quase 100% dos casos o ritmo ou o rumo da carreira e sua projeção de crescimento muda depois que nos tornamos mães.
Muitas de nós fazemos grandes mudanças. Por opção ou necessidade ficamos em casa com as crianças para quando forem maiores retornarmos às carreiras. Outras encontram na maternidade uma nova forma de se sentirem realizadas também profissionalmente. Quantas mães empreendedoras, organizadoras de festa, doceiras, blogueiras, surgem junto à maternidade?
O mais incrível é que com a chegada dos filhos nos deparamos com um novo EU. Com o nascimento das meninas eu aprendi a organizar e gerenciar muito melhor o meu tempo. Como sou autônoma, tenho uma empresa de assessoria de comunicação, procuro aproveitar o tempo de manhã pra ficar mais próxima delas e marcar meus compromissos à tarde. Quase sempre após dormirem à noite eu volto para o computador para terminar as tarefas que não dei conta ao longo do dia. Nos finais de semana raramente trabalho, bem diferente de como era antes de ser mãe.
Descobri com a maternidade uma nova profissional também. Tive a oportunidade de organizar eventos exclusivos para mães, prestar assessoria para empresas que atuam com o público kids, ter um blog sobre assuntos em torno da maternidade. Tudo isso só surgiu porque EU mudei.
Importante é a gente não julgar. Tem mães que optam em seguir suas profissões normalmente, outras em ficar em casa com os filhos. Algumas mudam de emprego e também as que abrem seu próprio negócio. Enfim, existem tantas possibilidades. Estamos vivendo em um tempo onde a forma de trabalhar mudou e a relação das mulheres com a maternidade também.
E você, nos conte como gerencia a maternidade e profissão. Divida aqui na página seus medos, angústias e realizações!
Texto: Chris Finger – jornalista, mãe da Louise (4 anos) e da Lis (2 anos)
Foto: Eu apresentando evento da Revista Afrodite na Grand Maison Festas e Eventos com a Louise por perto.
aMANHÊsendo
Oie eu sou a Chris Finger, jornalista, mãe da Louise (4 anos) e da Lis (3 anos). Aqui você acompanha a minha rotina e o meu despertar como mãe.