Dizem que quando nasce um bebê, nasce uma mãe. Eu vou além, a mulher ao dar a luz se torna incrivelmente mais resiliente, capaz de resolver conflitos, de gerenciar crises, administrar as finanças e o tempo.

Outro movimento que percebo nitidamente é que junto à maternidade para muitas mulheres surge também a vontade de empreender. Às vezes como uma forma de ampliar a renda familiar e em sua maioria como um substituto ao trabalho formal. Elas se realizam profissionalmente, conseguindo conciliar de uma maneira mais flexível trabalho e maternidade.

Mesmo com uma renda inferior, se comparado ao emprego que deixaram, pelo menos no início do empreendimento, a maioria demonstra uma felicidade e empolgação com o seu negócio. Elas querem qualidade de vida, tempo com a família e consigo mesma. É claro que nem sempre isso acontece, o maior ganho é o gerenciamento de horários. Trabalha-se menos pela manhã, por exemplo, quando as crianças estão em casa. O tempo é compensado à noite, quando os pequenos dormem e as mães voltam a trabalhar. Ah, e quantas vezes a gente se pega respondendo uma mensagem ao mesmo tempo em que atende os pequenos, se tornando uma multitarefas.

Ao se dedicar ao negócio, essas mulheres procuram entender mais sobre networking, marketing, mídias sociais, vendas. Tudo para tornar o seu empreendimento melhor, mais rentável, mais fácil de ser administrado. Muitas lançam empresas para atender a demanda de outras mães. Surgem as fotógrafas especializadas em bebês, as decoradoras de festas infantis, as estilistas que investem neste segmento, entre tantas outras. Outras adaptam o seu trabalho atual, como a psicóloga que se especializa em gestantes, a publicitária que passa a fazer trabalhos para empreendimentos ligados a mamãe e o bebê, a jornalista que passa a escrever livros sobre o universo materno.

Realmente a vida é um constante se reinventar.
Os filhos também nascem para quebrar uma série de paradigmas que alimentamos ao longo da vida. São tantas noites em claro, momentos sozinhas e de reflexão no puerpério, que acredito que junto como aquele colo de mãe, no embalar da cadeira, nascem essas ideias e reflexões, surgindo esse movimento que podemos chamar de empreendedorismo materno.

Chris Finger é jornalista e mãe da Louise (4 anos) e da Lis (3 anos)

Crédito da foto Vivi Tomas
Chris Finger veste Via Roma e Lis veste Pinoti Baby & Kids

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