A Lis, de 3 anos, é daquele tipo de criança que se pudesse acho que voltaria pro útero. Ela é apegada demais à mamãe. Após o final de semana, por exemplo, faz um chorinho para ficar na escola. Quando deixo no ballet, muitas vezes preciso ficar um pouco junto, até ela se sentir bem sem a minha presença.

Em casa quer que a mãe, na maneira do possível, faça tudo com ela. Na hora do almoço quer ficar ao meu lado. Dar o banho, escovar os dentes e auxiliar com a roupa prefere que seja comigo.

Na hora de dormir nos revezamos, uma noite eu coloco ela na cama e na outra o pai. Mesmo assim, ainda chama por mim no momento do soninho. Louise, que tem 4 anos, na maioria das vezes acha graça de tudo isso. Ela até comenta com as pessoas “a Lis é apaixonada pela mamãe”.

Pela manhã, quando acorda com fome e ainda com sono, corre pra minha cama. Eu tenho que ficar ao seu lado enquanto toma com vontade a mamadeira. Depois, muitas vezes, não basta ficar ali juntinho, sentindo meu cheiro e calor. Ela precisa dormir abraçada ou sobre as minhas costas e ainda com os dedinhos dentro da minha boca.

Louise é muito diferente e super independente. Se não estou por perto fica tranquila na companhia do pai, da babá, dos avós, enfim de qualquer pessoa que demonstre afeto e segurança. Assim ela acaba ajudando muito a mana a se soltar e ficar um pouco mais independente.

Acredito que a segurança que a Lis sente quando está comigo acaba sentindo com a Louise também. Tudo fica mais fácil quando estão juntas. A Lis imita a “mais velha” no clube, no parque e nas festinhas. Brinca melhor, interage com os amigos e acaba assumindo uma personalidade diferente do que quando está sozinha. Ela se mostra mais segura, feliz e independente. Ao mesmo tempo a Louise acaba se tornando mais responsável, amiga e amável.

Que riqueza ver elas se ajudando desde tão pequenas. Faz me lembrar da relação que eu tinha na infância com a minha irmã. Mesmo eu sendo a caçula a defendia dos meninos, dos perigos e a encorajava. Ela me socorria quando eu caia de bicicleta, me ajudava com os temas e dava a mão à noite quando eu estava com medo.

E você já parou pra pensar o quanto os irmãos exercem papéis importantes em nossas vidas e nos encorajam e ajudam a dosar a quantidade de apego aos pais?

Chris Finger é jornalista, mãe da Lis (3 anos) e da Louise (4 anos)
Fotos Vivi Tomas
Chris Finger veste Via Roma
Lis veste Pinoti Baby & Kids

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