Como a Louise e a Lis tem pouca diferença de idade, apenas 1 ano e 9 meses, muitas pessoas me perguntam se a caçula foi planejada. Alguns por curiosidade e outros porque querem seguir o exemplo e ter filhos com idades próximas. Independente do motivo do questionamento, o qual eu também faço para outros casais que tem as crianças com pouca diferença, a minha resposta vem terapeutizada: não foi planejada, a Lis foi desejada.

Sempre quis ter mais do que um filho e não escondo a vontade de ter o terceiro ainda. O que muitas vezes me chama a atenção é o julgamento que a sociedade faz, principalmente da mãe que engravida sem planejar. Como se aquela que tem trigêmeos, por exemplo, tivesse imaginado que isso aconteceria. Ou ainda como se o não planejamento significasse uma negação ou rejeição à criança.

Independente se o filho foi planejado ou não, na maioria dos casos, ele foi desejado e é amado por essa família. Dizem que o inconsciente age por nós. Talvez tenha sido ele que me fez esquecer a pílula e engravidado da Lis quando a Louise tinha recém feito 1 ano de idade.

Conversando com mães que estavam grávidas e não sabiam, observo o quanto a falta de planejamento não diminui o amor que sentem pelos filhos. Elas reorganizam as vidas em tempo recorde para a chegada do bebê e como qualquer outra mãe vão aprendendo a cuidar do pequeno e a se ver nesse novo papel. Muitas transformam a culpa da não percepção da gravidez em energia para se dedicar ainda mais a esse filho.

Mesmo não planejada, a Lis foi desejada e é muito amada por todos nós. Como descobri com poucas semanas de gestação, ela ganhou toda atenção que eu achava necessária: seu nome foi escolhido com dedicação e repleto de significados, o enxoval preparado com muito carinho e o chá de fraldas organizado com esmero e alegria.

Independente se o filho foi planejado ou não, dar a vida é sempre algo do qual devemos nos orgulhar.

Chris Finger é jornalista, mãe da Lis (2 anos) e da Louise (4 anos)

Crédito da foto Morgana Perini Fotografia

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