Uma das regras aqui em casa é não fugir. Meio incomum para a maioria das famílias, mas na nossa isso é uma realidade.
A Louise de 4 anos é uma fujona. Ela sai de casa sem avisar, se manda para a portaria do prédio, para o parquinho e até na casa dos vizinhos. A fama dela já se espalhou no condomínio. Então o pessoal interfona e avisa que ” encontraram” a Louise.
Uma das primeiras vezes que ela tomou um chá de sumiço foi numa festa de Páscoa em um clube que somos sócios em Caxias do Sul. Na época ela estava com uns 2 anos. Meu esposo, amigos e eu ficamos procurando por uns 40 minutos. Encontrei ela no lado de fora do pavilhão onde acontecia o evento. Dona Louise havia terceirizado uma família e tranquilamente brincava com um bebezinho.
Pensei que fosse coisa da idade e logo ia passar, mas não passou. Semanalmente registramos um caso de sumiço da Louise.
Outro dia ela queria brincar com uma de nossas vizinhas. Sem pedir foi no apartamento dela, entrou sem bater, passou o batom da menina, fez um lanchinho e brincou. Só estava em casa o pai da amiguinha, descansando no quarto, que ouviu os sussurros em casa e ficou apavorado. Pensa só o perigo!!!
Explicamos seguidamente sobre as consequências em fugir do papai, da mamãe, da babá e das profes. É um trabalho contínuo para conscientiza-lá dos perigos que tem por aí. Tarefa complicada, porque é difícil pra ela entender a necessidade de avisar onde vai e respeitar alguns limites. É uma criança com pouquíssimo senso de hierarquia, por mais que a gente tente, então o jeito é gastar o vocabulário.
Ah, e se encontrar ela por aí por favor me liga!!!!
Texto: Chris Finger – jornalista, mãe de Louise (4 anos) e Lis (2 anos)
Crédito da foto Marina Granzotto